Quando o paciente me pede indicação de remédio, sabem o que eu respondo? “Tive apenas 1 semestre de farmacologia. O médico é o profissional capaz de te orientar sobre isso.”
Quando o paciente me pergunta: é cirúrgico? Apesar de saber alguns parâmetros para elegibilidade cirúrgica e ter a visão funcional que pode divergir da visão estrutural, também direciono para a equipe médica. Por que o contrário é tão difícil? Por que assumir que a fisioterapia que é passada para vocês na faculdade representa ou é superior aos 5 anos + especializações que temos?
Querem mais? A quem vocês acham que compete a alta fisioterapêutica? Pois bem! Eu que não tenha meus critérios bem estabelecidos para explicar ao paciente porque ele ainda precisa de fisio, mesmo depois de ouvir do médico que “já está liberado da fisio também”, para eu ver se consigo concluir meu trabalho.
Aos grandes profissionais da Medicina que tenho o hábito de trabalhar, muito obrigada por respeitarem o meu trabalho e minha profissão, permitindo um ótimo canal para troca e atendimento multidisciplinar, como tem que ser.
Aos pacientes que não têm a ver com essa discussão mas que sofrem diretamente com as consequências dela, peço que nunca lhes falte bom senso e informação clara. Fisioterapia também é profissão de primeiro contato, ou seja, você pode nos procurar primeiro e nós temos autonomia para dizer se você precisa de fisioterapia ou não, tá? E sim, outras profissões podem indicar. Assim como também indicamos. Mas a decisão final sobre fazer e o que fazer de fisioterapia, é nossa (exclusivamente). A “obrigatoriedade” de ir no médico antes passa por uma cultura forte mais um protocolo dos planos de saúde (bem como o curioso e mágico caso das “10 sessões”).
A Fisioterapia vem mostrando regularmente seu valor e importância para a sociedade. Se já precisou, sabe do que estou falando.